Time gaúcho foi derrotado por 1 a 0 na noite de quinta-feira e termina com a pior campanha da Libertadores
Com certeza, não era assim que a torcida colorada esperava um final de fase de grupos do Inter. Em um jogo ruim contra o lanterna do Grupo 1 da Libertadores e 11º do Campeonato Peruano, o Colorado perdeu por 1 a 0 para o Juan Aurich no Estádio Elías Aguirre, em Chiclayo, no Peru, na noite desta quinta-feira.
Ainda assim, os gaúchos passaram para as oitavas de final da competição continental. Tudo porque o Santos venceu por 2 a 0 o The Strongest, na Vila Belmiro. Com oito pontos, é o pior segundo colocado, e pegará o Fluminense, equipe de melhor campanha na fase de grupos.
O jogo
Bem mais do que o confronto de fato com o Juan Aurich, a maior curiosidade do confronto era para o gramado sintético. Ao rolar a bola no Elías Aguirre, o que se viu foi exatamente tão ruim como já se esperava. O que surpreendeu foi a atuação do Inter no primeiro tempo.
Sem conseguir armar nenhuma jogada de ataque, os colorados chegaram apenas em situações esporádicas. Elas, geralmente, foram criadas depois de cruzamentos. Aos 8 minutos, em um desses levantamentos, D’Alessandro cruzou na área e Bolívar foi puxado claramente. Ainda assim, conseguiu a conclusão para fora, de cabeça.
As dificuldades eram evidentes. Um tanto pelo gramado, outro tanto pelo momento técnico do time – D’Ale, por exemplo, voltou a ser titular depois de quase 40 dias – a equipe gaúcha tinha problemas principalmente na mecânica de criação. Aos 12, por exemplo, o camisa 10 tentou passe para Kleber, mas errou na força e a bola saiu pela linha de fundo.
Dois minutos depois deste lance, na primeira estocada peruana, o placar é aberto. Em cruzamento da direita de Chiroque, Bolívar perdeu a disputa para Tejada, o centroavante panamenho, que colocou o Juan Aurich em vantagem. Os olhos, automaticamente, passaram para a Vila Belmiro. Se o The Strongest não vencesse o Santos, a derrota classificaria o Inter de qualquer jeito.
Aos poucos, o Inter se adaptou mais ao piso diferente. Claro, não teve uma boa atuação. Dátolo esteve próximo fisicamente de D’Alessandro, mas ambos não estava na mesma frequência. Leandro Damião brigou contra dois, às vezes três, sozinho na frente. Gilberto teve uma chance aos 20, mas bateu cruzado e Penny segurou firme.
O Juan Aurich, por outro lado, envolvia a marcação do Inter em alguns momentos. Além disso, bloqueou a saída de bola vermelha com o posicionamento de três meias mais Tejada pressionando a retaguarda colorada. Ainda assim, não conseguiu criar nenhuma chance, de fato, de gol. No apagar das luzes do primeiro tempo, Chiroque desviou cruzamento de letra e quase surpreendeu Muriel, bem colocado.
Dorival resolveu mexer em sua equipe. Inexpressivo na etapa inicial, Gilberto deu lugar a Jajá na linha de três meias. A intenção era dar mais altura ao meio e colocar um jogador que toca bem a bola. Só que em trinta segundos, o Juan Aurich já tinha chegado na área colorada, com um chute de fora da área que Muriel segurou.
A primeira chegada do Inter aconteceu aos 8 minutos. Depois da zaga afastar parcialmente, D’Alessandro bateu de primeira, e a finalização passou próxima a trave esquerda de Penny. Mas quem assustava mais eram os donos da casa: Cueto driblou Bolívar e passou por Nei antes de bater colocar. A bola triscou a trave esquerda de Muriel e saiu pela linha de fundo aos 10. Aos 14, Cueto novamente perdeu na frente do camisa 1 vermelho. Tejada serviu o meia às costas de Nei, mas o arremate foi sobre o gol.
Sem acertar passes, o Inter não conseguia uma transição para o ataque rápida. Tinga e Dátolo estiveram abaixo do seu desempenho médio. O argentino tentou carregar a bola demais e não se acertou com D’Alessandro na movimentação dos meias. Ele deu lugar para Jô aos 20 minutos. O último passe, aquele que termina a tabela com um companheiro na frente do goleiro, não aconteceu. Kleber e Nei também adiantaram seu posicionamento na segunda etapa, mas pouco criaram.
Taticamente, quem mudou foi o Inter. Jô se juntou a Damião dentro da área. Tinga a todo momento tentava passar como opção para Jajá e D’Ale, o que deixava a defesa mais desguarnecida. Os peruanos mantiveram a formatação com três meias, com os jogadores de lado espetados sobre Kleber e Nei. Depois de tentar um balãozinho de calcanhar em Kleber, Tejada virou uma bicicleta aos 30 minutos, mas Muriel caiu e agarrou firme.
Cada vez mais, os olhos dos torcedores colorados passavam para a Vila Belmiro. A tão aclamada “vitória fácil” que viria do Santos sobre o The Strongest não acontecia até a metade do segundo tempo. Assim, um gol dos bolivianos tiraria os gaúchos das oitavas da Libertadores.
Na melhor chance da segunda etapa, Nei desperdiçou cobrança de falta na altura da meia-lua aos 35 minutos. A essa altura, o time colorado já se desesperava e acionava Jô e Leandro Damião com bolas longas. Em uma dessas, o camisa 18 quase marcou em chute cruzado, com grande defesa de Penny. Só que o contra-ataque estava aberto: aos 45, Tejada ficou na cara do arqueiro Muriel, que desviou para escanteio.
Postado por: Juarez Alves
Fonte- band.com.br
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