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sábado, 25 de outubro de 2014

Super Ronaldo, Messi-Neymar, Suárez... Dez atrações de um jogo histórico

Um jogo histórico antes de começar. A definição pode parecer exagerada, mas é perfeitamente adequada para o Clásico entre Real Madrid e Barcelona, neste sábado, às 14 horas (horário brasileiro de verão), no Santiago Bernabéu.
A partida reunirá tantos atrativos que é fácil listar uma dezena deles. E talvez a lista ainda fique incompleta.
ESPN.com.br reuniu em dez tópicos as principais atrações do maior duelo do futebol na atualidade. Dez histórias que, depois de 90 minutos, podem se transformar. Afinal, um clássico pode mudar a qualquer momento.
O recorde

Lionel Messi já é o maior artilheiro do clássico, com 21 gols marcados - três deles no último duelo no Santiago Bernabéu, quando o Barcelona venceu por 4 a 3.
Mas, neste sábado, o argentino pode alcançar uma marca ainda mais impressionante. Com 250 gols, ele está a apenas um de se igualar a Telmo Zarra, lendário atacante do Athletic Bilbao.
Aos 27 anos, Messi pode escrever mais uma página em sua história de recordes, justamente no estádio do maior rival. Será que o Bernabéu aplaudirá o argentino, como já fez com Maradona e Ronaldinho?
ARTE ESPN, POR THOMAS POLISTCHUK
Messi coleciona golaços no Campeonato Espanhol; confira os mais bonitos
Messi pode se igualar a Telmo Zarra
O artilheiro
Depois de terminar a temporada passada jogando no sacrifício e, ainda assim, ser peça fundamental na conquista da décima Champions League da história do Real Madrid, Cristiano Ronaldo começou a temporada em ritmo alucinante.
O português marcou incríveis 15 vezes nas oito primeiras partidas da Liga Espanhola - o melhor início de todos os tempos de um jogador na história da competição.
Na Champions League, ele marcou outras três vezes; uma a cada partida, nas vitórias contra Basel, Ludogorets e Liverpool. A sequência goleadora só aumenta, e marcas que pareciam impossíveis, com alcançar os 50 gols de Messi na Liga 2011-12, começam a aparecer no horizonte.
Para coroar um início de temporada praticamente perfeito, falta apenas uma coisa para Ronaldo: marcar contra o maior rival.
GETTY
Cristiano Ronaldo igualou Messi como o jogador que marcou em mais estádios diferentes na Champions: 22
Cristiano Ronaldo já anotou 18 gols, considerando Espanhol e Champions
A dupla

Messi e Neymar. Quando o brasileiro foi contratado pelo Barcelona, em junho do ano passado, a expectativa para o funcionamento da parceria era gigantesca.
Mas Neymar e Messi tiveram uma temporada sem muito brilho, ambos lesionaram-se mais de uma vez, e, no fim das contas, o primeiro ano foi apenas de aprendizagem.
Na segunda temporada em que atuam juntos, os dos já mostraram que a história será diferente. Neymar tem 10 gols, cinco deles com passes do companheiro; Messi somaoutros 9, com 11 assistências, tornou-se o melhor passador do time.
Nos últimos cinco jogos, os dois marcaram pelo menos uma vez cada. Caso a sequência aumente no Bernabéu, o Barcelona ficará mais perto da vitória.
GETTY
Neymar e Messi vivem grande fase juntos no Barça
Neymar e Messi vivem grande fase juntos no Barça
A linha

É possível escalar um meio-campo sem nenhum volante típico de marcação?
Quando Toni Kroos e James Rodríguez chegaram ao Real Madrid, credenciados por ótimos desempenhos na Copa do Mundo, a pergunta foi feita à exaustão para o técnico Carlo Ancelotti.
Depois de 11 jogos na temporada até agora, a resposta tem sido positiva. Com a saída de Xabi Alonso, Luka Modric passou a jogar mais recuado, e Kroos também se adaptou bem ao novo estilo de jogo.
James, depois de um início sem muito brilho, tem aparecido cada vez melhor. Contra o Barcelona, a linha de meio-campistas pode dar a resposta definitiva em seu primeiro grande teste.
GETTY IMAGES
Kroos tem se sentido à vontade no meio de campo do Real
Kroos tem se sentido à vontade no meio de campo do Real
O estreante

Foram quatro meses de uma espera que, para Luis Suárez, pareceu muito maior. Mas, neste sábado, o uruguaio finalmente voltará a disputar uma partida oficial.
O técnico Luis Enrique, como sempre, faz mistério e não confirma o time titular. Mas, em sua última entrevista antes do jogo, adiantou que o camisa 9 fará sua estreia, ainda que não jogue o tempo todo.
"Ele jogará alguns minutos. Quantos? Essa é a pergunta do milhão. Mas alguns minutos ele jogará, com certeza", afirmou o treinador.
Pode ser um ínicio de um ataque histórico. O ex-jogador Ruben Sosa, craque uruguaio dos anos 1980, fez uma analogia curiosa. "Suárez, Neymar e Messi serão como o Triângulo das Bermudas: destruirão tudo que passar por eles".
REUTERS
Luis Suárez durante treino do Barcelona na semana do clássico com o Rea Madrid
Luis Suárez, enfim, poderá atuar com a camisa azul-grená
O imbatível

Já são 8 jogos, 720 minutos, sem que o Barcelona tenha sido vazado na Liga Espanhola. Neste período, a defesa mudou a formação uma série de vezes - obedecendo às rotações do técnico Luis Enrique.
Mas, em todas as partidas, o chileno Claudio Bravo estava presente. Ele não toma gols desde o amistoso com o Napoli, em agosto. Na ocasião, em sua estreia pelo clube, ele falhou e viu o Barcelona perder por 1 a 0.
O erro poderia dar um indício de insegurança do arqueiro, mas aconteceu justamente o contrário. Bravo agigantou-se, ganhou a chance de jogar com uma lesão de Ter Stegen e firmou-se como o goleiro do time Liga, enquanto a alemão ficou com a posição na Champions.
Contra o Real, o desafio de não levar será maior do que nunca. Mas o técnico Luis Enrique prefere não colocar pressão sobre o jogador. "O desafio é vencer. Se vencermos levando gols, não tem problema".
Ainda assim, o confronto entre o goleiro que não leva gols e o atacante que não se cansa de fazê-los é outra atração do duelo.
GETTY
Bravo ainda não foi vazado no Campeonato Espanhol
Bravo ainda não foi vazado no Campeonato Espanhol
As polêmicas

Semana de clássico, tradicionalmente, é semana de polêmica. No domingo, um vídeo em que Messi supostamente se recusava a sair de campo contra o Eibar foi amplamente divulgado na internet. No dia seguinte, Luis Enrique teve de responder a três perguntas sobre o tema; disse que tufo não passava de um factoide.
Veio a quarta-feira, o Real Madrid ganhou do Liverpool, e Cristiano Ronaldo criticou o calendário. "Teremos um dia a menos para nos preparar para o clássico. Esse jogo poderia ser no domingo", disse o português. Iniesta rebateu: "O calendário é esse que está aí, não adianta reclamar", disse.
Ainda na quarta, Carlo Ancelotti colocou mais lenha na fogueira, retomando o assunto das substituições. "Eu, quando vou substituir Cristiano Ronaldo, faço sem perguntar", disse, num misto de brincadeira e provocação a Luis Enrique.
O técnico do Barcelona não mordeu a isca. "Gosto do Ancelotti, ele me cai muito bem", afirmou. Mas o comandante admitiu que as polêmicas fazem parte, sim, do Clásico. "Os clássicos precisam ser quentes, divertidos, dar alegria aos torcedores".
Por fim, a outra grande polêmica da semana: caso Messi supere o recorde de Telmo Zarra, deveria receber uma homenagem em pleno Bernabéu? Aí, o lateral Arbeloa foi quem provocou. "Homenagear Messi? Deveriam fazer uma homenagem a Cristiano Ronaldo, que é o melhor do mundo".
REUTERS
Técnico Carlo Ancelotti na entrevista coletiva pré-Real Madrid x Barcelona
Técnico Carlo Ancelotti entrou no assunto das substituições
A política

Não bastassem todas as questões esportivas - sejam dentro ou fora de campo - esta edição do Superclássico carrega uma questão política muito forte.
Três séculos depois de ter sido anexada pela Espanha, na Primeira Guerra da Sucessão Espanhola, a Catalunha vê eclodirem manifestações pelo direito de votar pela independência.
A consulta popular requisitada pelos catalães seria no dia 9 de novembro e votaria pela separação da comunidade do restante do país. Mas a votação é considerada inconstitucional pelo Governo Espanhol, e a situação política da região é delicada.
O Barcelona tentou, durante muito tempo, ficar afastado das questões políticas, mas no dia 10 deste mês publicou uma carta dizendo-se a favor do "direito de decidir".
Os ânimos entre Barcelona e Madri estão agitados politicamente. Um tempero a mais no clássico deste sábado.
GETTY
A questão política tem envolvido o clássico
A questão política tem envolvido o clássico 

O campeonato

Oito rodadas já se foram e o Barcelona lidera a Liga Espanhola com 22 pontos. O clube catalão é o único invicto e tem uma vantagem de 4 sobre o Real Madrid.
É certo que, qualquer que seja o resultado, a equipe comandada por Luis Enrique deixará o Santiago Bernabéu como líder, mas o técnico e os jogadores preferem não pensar assim.
Afinal, uma vitória do Barcelona levaria a vantagem para 7 pontos. Uma margem que, mesmo em um estágio tão inicial da Liga, pode colocar pressão sobre os rivais.
Por outro lado, o Real Madrid vê na partida a chance de reduzir a diferença para apenas um ponto. E, tirando a invencibilidade do adversário, passar a pressioná-lo rodada a rodada. Depois do sábado, ainda restarão 29 jogos.
Mas o ritmo da disputa da Liga passa pelo resultado do Clássico.
Em entrevista exclusiva, técnico da Espanha analisa clássico Real x Barcelona: 'posse de bola x arranques'
O retorno

A cena se repete em praticamente todos os jogos do Barcelona no Camp Nou: em algum momento da partida, a torcida começa a gritar o nome de Luis Enrique.
O reconhecimento é ao trabalho do treinador, mas também à história que ele teve como jogador no Barcelona. Uma história que começou com um rompimento atribulado com o Real Madrid.
Luis Enrique defendeu a equipe da capital entre 1991 e 1996. Sem um acordo para renovar o contrato, transferiu-se para o maior rival, onde ficou até 2004. Ídolo no Barcelona, ele passou a ser atacado pela torcida do Real Madrid - e nunca fez questão de ter um bom relacionamento com o adversário.
Agora, Luis Enrique está de volta ao Santiago Bernabéu, para bater de frente como clube com o qual sempre esteve em pé de guerra. "Estou tranquilo. Na temporada passada fui até lá com o Celta. Agora, pelo menos, o ‘carinho' estará repartido com o restante da equipe".
O "carinho" do Bernabéu para Luis Enrique deve ser uma grandes cenas do Clásico. Mais uma, em um jogo no qual atrações não faltam.
GETTY
Luis Enrique durante treino: óculos escuros, muitas caretas e mania de fazer mistério
Luis Enrique durante treino: óculos escuros, muitas caretas e mania de fazer mistério
FICHA TÉCNICA

Real Madrid x Barcelona
Sábado, 25 de outubro de 2014, 14 horas (horário brasileiro de verão)
Estádio Santiago Bernabéu, Madri (Espanha)
Árbitro: Jesus Gil Manzano

Real Madrid: Casillas; Carvajal, Sergio Ramos, Pepe e Marcelo; Kroos, Modric, James Rodríguez e Isco (Khedira); Cristiano Ronaldo e Benzema. Técnico: Carlo Ancelotti

Barcelona: Bravo; Daniel Alves, Piqué, Mathieu e Jordi Alba; Mascherano (Busquets), Rakitic (Xavi) e Iniesta; Pedro (Suárez), Neymar e Messi.
Um grande abraço.
Fonte: ESPN
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