Nascido no Rio em 16 de maio de 1925, Nílton Reis dos Santos, o Nílton Santos, um dos maiores nomes da história do Botafogo e considerado o maior lateral-esquerdo de todos os tempos, mora na capital fluminense. Disputou quatro Copas do Mundo (1950, como reserva, 1954, como titular, 1958 e 1962, bicampeão).
Internado em uma clínica, o eterno craque sofre do Mal de Alzheimer, apresenta problemas cardíacos e perde a  facilidade. O Botafogo, desde 2007, quando o presidente era Bebeto de Freitas, arca com as despesas de internação do ídolo.
Nílton foi o melhor amigo de Garrincha, que conheceu em um treino do Glorioso no meio da década de 50. O já respeitado lateral-esquerdo levou um drible entre as pernas de Mané. Ficou furioso, mas exigiu que o “Anjo das Pernas Tortas” fosse titular da equipe. Assim, não teria que marcar novamente o ponta-direita.
Nílton ganhou o apelido de “Enciclopédia do Futebol” por ser um jogador inteligente e com ampla visão de jogo, o que ajudou a seleção brasileira a conquistar o bicampeonato mundial (1958 e 1962). Antes dele, os laterais apenas defendiam. Depois dele, os laterais passaram a atacar.
“Não invejo os laterais de hoje pelo dinheiro que ganham, mas pela liberdade que tem para atacar”, brinca. “Na minha época, tinha que atacar com cautela, porque se o time tomasse um gol nas minhas costas, seria condenado à forca.”
No Mundial de 1958, Nílton fez um gol contra Áustria. Ele gargalha quando lembra da reação do técnico Vicente Feola. “Quando recebi a bola no campo de defesa, ouvi a instrução do banco para tocá-la e recuar. Mas avancei, sob o olhar desesperado do Feola. Quando marquei o gol, o treinador me elogiou.”
Outros títulos conquistados por Nílton Santos foram o Sul Americano (1949), o Pan-Americano (1952) – os dois pela seleção brasileira – cariocas (1948, 57 e 61/62) e do Rio-São Paulo (1962 e 1964), todos pelo Botafogo, seu único clube. No total, a Enciclopédia do Futebol vestiu o manto alvinegro 718 vezes.
MalandragemNa Copa do Chile, em 62, Nílton fez um pênalti escandaloso em um jogador da Espanha, que vencia o confronto por 1 a 0. A partida era válida pela última rodada da fase de classificação e decisiva. Quem perdesse, voltava para casa.
Assim que o atleta caiu dentro da área, a “Enciclopédia” deu dois passos para frente e saiu da área. O árbitro, que estava longe do lance, apenas marcou a falta.
“Foi pura malandragem, daquelas que a gente aprende nas peladas”, diverte-se Nílton Santos, que acompanhou em seguida a virada brasileira com gols de Amarildo.
Fidelidade
Nílton vestiu duas camisas na vida: a do Botafogo e a da seleção brasileira.
Craque na areia
Nílton chegou ao Botafogo em 1948. Na época, ele servia o Exército e encantou um oficial das Forças Armadas que o viu jogar bola na praia. Pelo braço, foi levado ao Alvinegro, de onde saiu apenas em 1964.
Participação no Terceiro Tempo da Record
Em 2002, Nílton Santos recebeu uma justa homenagem do apresentador e jornalista Milton Neves. Acostumado a entrevistar grandes nomes do futebol mundial, o muzambinhense “armou” com a produção uma forma de reverenciar a Enciclopédia do Futebol.
Um tapete vermelho foi cedido para que o eterno botafoguense pudesse participar do “Terceiro Tempo”. Obviamente, Nílton mereceria muito mais. Mas em um país sem memória como o nosso, a iniciativa mereceu aplausos na época.
Força
O gênio se recupera de uma problema de saúde no Rio. A redação do Terceiro Tempo e colaboradores torcem pela recuperação de um dos maiores nomes da história do esporte mais popular do planeta.
Fonte: blog do Milton Neves.