Foram 342 dias desde a confirmação do rebaixamento em 18 de novembro de 2012. Um período de mais incertezas do que certezas.
A troca do argentino Barcos por um pacote de atletas vindo do Grêmio, a confusão no aeroporto em Buenos Aires, após confronto com o Tigre, pela Libertadores, a ameaça de saída de atletas, a goleada de 6 a 2 para o Mirassol no Paulistão, a eliminação para o Atlético-PR na Copa do Brasil e a entrevista destemperada do presidente Paulo Nobre ainda no vestiário em Curitiba. Não foi fácil, mas, enfim, acabou o calvário na Série B.
O Palmeiras está de volta. Não teve show em campo. Não teve bola na rede. Não teve nada disso. Ao seu estilo neste semestre, a equipe fez o seu papel, sofreu com os contra-ataques do São Caetano e segurou um empate em 0 a 0 que lhe assegurou neste sábado, com seis rodadas de antecedência, o retorno para a primeira divisão.
A festa que se iniciou antes da partida estava liberada no Pacaembu e abre ainda em novembro a preparação para 2014.
Não está garantida a continuidade do técnico Gilson Kleina à frente do time. Até o momento, o comandante não foi chamado pela diretoria para nenhuma reunião de planejamento e, em sua última entrevista, recorreu a uma música do cantor Roberto Carlos para ressaltar que o importante foram "as emoções que viveu" e derrapou ao dizer que "sairia pela porta da frente".
A exemplo de Kleina, outros 12 atletas também enfrentam a mesma situação e têm seus contratos se encerrando ao fim da temporada.
Gazeta Press
O presidente Paulo Nobre, que prega a cautela financeira nas negociações, se mostrou despreocupado com o cenário na ação que comandou com ídolos do clube carregando antes do duelo a nova camisa, verde e amarela, estreada nesta tarde e que homenageia a equipe que representou a seleção em 1965. Ele roubou a cena ao entregar a placa comemorativa a cada um dos jogadores e se ajoelhar ao se dirigir a Ademir da Guia.
Além do craque palmeirense, também marcaram presença em campo Valdir Joaquim de Moraes, Rosemiro, Alfredo, Amaral, Dudu, Edu Bala, Leivinha, Edmundo, Evair, Cesar Maluco e Marcos. Eles repassaram o uniforme para o atual time.
No momento em que as duas gerações posavam juntas para foto, o São Caetano subiu do vestiário embaixo de forte vaia. Deveria ter sido o único momento de incômodo da equipe do ABC no Pacaembu. Não foi bem assim.
Com um ambiente totalmente favorável e embalado por um público de 35.816 mil torcedores, o seu maior no ano, o Palmeiras deu um tempo em sua festa somente com o apito inicial do árbitro Wilson Seneme. Os desfalques de Leandro, suspenso, e Vilson, lesionado, acabaram ofuscados nos minutos iniciais pela boa atuação de Valdivia, retornando depois de cinco rodadas.
Em chute de fora da área, Vinícius levou perigo e forçou boa defesa de Rafael Santos. A resposta do São Caetano vinha sempre da mesma forma: nos contra-ataques que encontravam na maioria das vezes Cassio Bodini. Em um deles, o atacante cortou André Luiz, clareou e deu trabalho a Fernando Prass. O goleiro palmeirense voltaria a surgir em outra escapada do atleta pela esquerda e chute fraco.
O respiro palmeirense poderia ter vindo em pênalti duvidoso sofrido por Alan Kardec. Depois de pressão dos visitantes, Seneme voltou atrás, no entanto, após conversa com o auxiliar Carlos Augusto Nogueira Júnior. A decisão pôs abaixo o estádio inteiro em crítica à arbitragem.
Na volta do intervalo, a pressão dos donos da casa aumentou ainda mais. Afastado da capital paulista há praticamente um mês, o time insistia principalmente pela esquerda. Em passagem do lateral Juninho, Kardec se adiantou à marcação e desviou para quase abrir o placar. Rafael Santos ainda apareceu bem em forte arremate de André Luiz. Ficou nisso. Na sequência, o São Caetano equilibrou o jogo mais uma vez e teve ao menos duas chances de adiar o acesso palmeirense. Nada aconteceu e ficou nisso.
Para motivar a equipe antes do confronto, a diretoria alviverde ainda acertou na sexta-feira o pagamento do último mês de direitos de imagem atrasado ainda herdado do ex-presidente Arnaldo Tirone.
Com o objetivo na temporada alcançado, o Palmeiras se isola com 69 pontos na liderança da Série B e não perde mais a vaga na primeira divisão. Em todo o campeonato, o time esteve fora do G4 em somente duas oportunidades. O São Caetano, que briga do outro lado, segue na vice-lanterna, com 31 pontos, e tem missão complicada para escapar do rebaixamento nessa reta final.
Na próxima rodada, no próximo sábado, Azulão tem outra parada difícil pela frente contra o Sport, na Ilha do Retiro. O alviverde apenas cumpre tabela no mesmo dia diante do Paraná, no Durival Britto.
Um grande abraço.
Fonte: ESPN
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