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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cota de R$ 70 mi do Palmeiras na Série B gera 'boicote' a contrato de TV e rebelião frustrada


Rebaixado no ano passado, o Palmeiras irá receber praticamente 25 vezes mais que os demais representantes da Série B em cotas de televisão.

A situação é resultado do contrato que o clube tem com a Rede Globo e que proporciona uma entrada anual em seus cofres de cerca de R$ 70 milhões. A exceção na categoria é o Sport, que também possui acordo assinado com a emissora e ganha R$ 20 milhões. Os outros 18 participantes são obrigados a se contentar com uma receita bruta de R$ 3 milhões.

Nem todos aceitam bem a realidade.

Segundo o ESPN.com.br apurou, pelo menos dois times ainda não fecharam negócio para a transmissão de suas partidas e um movimento pelo aumento nos valores chegou a ser conversado entre algumas equipes.

A insatisfação vem desde o anúncio feito ainda em fevereiro, durante reunião na CBF, de que o dinheiro de TV teria um incremento de praticamente 70% nesta temporada, saltando de R$ 1,8 milhão para R$ 2,7 milhões, com o desconto dos impostos.

Alguns clubes como o Figueirense assinaram o contrato no próprio encontro. Não foi o caso de América-MG e Avaí.

A pouco mais de um mês para o início da Série B, os times ainda estudam o documento e adiam o acerto para o televisionamento de seus jogos. A postura mais firme vem da diretoria mineira.

“Ainda não assinei. Vou ao Rio e a São Paulo conversar. Quero ver direito todas as condições”, afirma o presidente do América-MG, Marcus Salum, ao ESPN.com.br. “Estou há muitos anos no futebol e conheço as pessoas que dirigem. O meu caminho inicial é o entendimento. Nunca vou para o confronto. Só vou para o confronto se perceber que não estou sendo ouvido”, prossegue.

“É merreca, uma droga, mas esse foi o valor estabelecido. Vamos acabar assinando. Não adianta você brigar com quem você não pode enfrentar. Flamengo e Corinthians podem bater o pé, a gente não”, completa o mandatário do Avaí, João Nilson Zunino.

Na avaliação de dirigentes ouvidos pelo ESPN.com.br, o acordo teria melhor aceitação se atingisse pelo menos a casa dos R$ 5 milhões. A resignação é notória no discurso da maioria.

“Ninguém pode brigar com a CBF e toda a sua estrutura. Você sabe como funciona... Não dá para ficar na minoria. É óbvio que ainda precisa melhorar muito, mas ainda não é possível ficar de fora”, diz José Oliveira, diretor de futebol do ASA.

O América-RN não ficou, mas, motivado pela distância financeira em relação ao Palmeiras e uma informação recebida, chegou a contatar outros participantes da Série B na tentativa de aglutinar apoio para um movimento que tinha como objetivo pedir mais dinheiro na CBF e na Globo.

A rebelião acabou sendo frustrada por conta de uma falha de comunicação.

De acordo com o presidente do time potiguar, Alex Padang, havia o boato de que, além de Palmeiras e Sport, equipes com um perfil mais popular também estavam ganhando mais com as cotas de TV.

“Quando comecei a liderar essa movimentação, vi que íamos dar volta e mais volta e não sairíamos do lugar. A informação que tínhamos não procedia, então, isso foi algo que já nasceu sem futuro. Vi que tudo que me foi passado não fazia sentido depois”, explica.

Segundo o contrato assinado pelos palmeirenses com a Rede Globo, em caso de queda para a Série B, os times faturam no primeiro ano o mesmo valor a que teriam direito na primeira divisão. A cota despenca para 75% no segundo ano na categoria.


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