Um jogo histórico antes de começar. A definição pode parecer exagerada, mas é perfeitamente adequada para o Clásico entre Real Madrid e Barcelona, neste sábado, às 14 horas (horário brasileiro de verão), no Santiago Bernabéu.
A partida reunirá tantos atrativos que é fácil listar uma dezena deles. E talvez a lista ainda fique incompleta.
O ESPN.com.br reuniu em dez tópicos as principais atrações do maior duelo do futebol na atualidade. Dez histórias que, depois de 90 minutos, podem se transformar. Afinal, um clássico pode mudar a qualquer momento.
O recorde
Lionel Messi já é o maior artilheiro do clássico, com 21 gols marcados - três deles no último duelo no Santiago Bernabéu, quando o Barcelona venceu por 4 a 3.
Lionel Messi já é o maior artilheiro do clássico, com 21 gols marcados - três deles no último duelo no Santiago Bernabéu, quando o Barcelona venceu por 4 a 3.
Mas, neste sábado, o argentino pode alcançar uma marca ainda mais impressionante. Com 250 gols, ele está a apenas um de se igualar a Telmo Zarra, lendário atacante do Athletic Bilbao.
Aos 27 anos, Messi pode escrever mais uma página em sua história de recordes, justamente no estádio do maior rival. Será que o Bernabéu aplaudirá o argentino, como já fez com Maradona e Ronaldinho?
ARTE ESPN, POR THOMAS POLISTCHUK
O artilheiro
Depois de terminar a temporada passada jogando no sacrifício e, ainda assim, ser peça fundamental na conquista da décima Champions League da história do Real Madrid, Cristiano Ronaldo começou a temporada em ritmo alucinante.
O português marcou incríveis 15 vezes nas oito primeiras partidas da Liga Espanhola - o melhor início de todos os tempos de um jogador na história da competição.
Na Champions League, ele marcou outras três vezes; uma a cada partida, nas vitórias contra Basel, Ludogorets e Liverpool. A sequência goleadora só aumenta, e marcas que pareciam impossíveis, com alcançar os 50 gols de Messi na Liga 2011-12, começam a aparecer no horizonte.
Para coroar um início de temporada praticamente perfeito, falta apenas uma coisa para Ronaldo: marcar contra o maior rival.
GETTY
A dupla
Messi e Neymar. Quando o brasileiro foi contratado pelo Barcelona, em junho do ano passado, a expectativa para o funcionamento da parceria era gigantesca.
Messi e Neymar. Quando o brasileiro foi contratado pelo Barcelona, em junho do ano passado, a expectativa para o funcionamento da parceria era gigantesca.
Mas Neymar e Messi tiveram uma temporada sem muito brilho, ambos lesionaram-se mais de uma vez, e, no fim das contas, o primeiro ano foi apenas de aprendizagem.
Na segunda temporada em que atuam juntos, os dos já mostraram que a história será diferente. Neymar tem 10 gols, cinco deles com passes do companheiro; Messi somaoutros 9, com 11 assistências, tornou-se o melhor passador do time.
Nos últimos cinco jogos, os dois marcaram pelo menos uma vez cada. Caso a sequência aumente no Bernabéu, o Barcelona ficará mais perto da vitória.
GETTY
A linha
É possível escalar um meio-campo sem nenhum volante típico de marcação?
É possível escalar um meio-campo sem nenhum volante típico de marcação?
Quando Toni Kroos e James Rodríguez chegaram ao Real Madrid, credenciados por ótimos desempenhos na Copa do Mundo, a pergunta foi feita à exaustão para o técnico Carlo Ancelotti.
Depois de 11 jogos na temporada até agora, a resposta tem sido positiva. Com a saída de Xabi Alonso, Luka Modric passou a jogar mais recuado, e Kroos também se adaptou bem ao novo estilo de jogo.
James, depois de um início sem muito brilho, tem aparecido cada vez melhor. Contra o Barcelona, a linha de meio-campistas pode dar a resposta definitiva em seu primeiro grande teste.
GETTY IMAGES
O estreante
Foram quatro meses de uma espera que, para Luis Suárez, pareceu muito maior. Mas, neste sábado, o uruguaio finalmente voltará a disputar uma partida oficial.
Foram quatro meses de uma espera que, para Luis Suárez, pareceu muito maior. Mas, neste sábado, o uruguaio finalmente voltará a disputar uma partida oficial.
O técnico Luis Enrique, como sempre, faz mistério e não confirma o time titular. Mas, em sua última entrevista antes do jogo, adiantou que o camisa 9 fará sua estreia, ainda que não jogue o tempo todo.
"Ele jogará alguns minutos. Quantos? Essa é a pergunta do milhão. Mas alguns minutos ele jogará, com certeza", afirmou o treinador.
Pode ser um ínicio de um ataque histórico. O ex-jogador Ruben Sosa, craque uruguaio dos anos 1980, fez uma analogia curiosa. "Suárez, Neymar e Messi serão como o Triângulo das Bermudas: destruirão tudo que passar por eles".
REUTERS
O imbatível
Já são 8 jogos, 720 minutos, sem que o Barcelona tenha sido vazado na Liga Espanhola. Neste período, a defesa mudou a formação uma série de vezes - obedecendo às rotações do técnico Luis Enrique.
Já são 8 jogos, 720 minutos, sem que o Barcelona tenha sido vazado na Liga Espanhola. Neste período, a defesa mudou a formação uma série de vezes - obedecendo às rotações do técnico Luis Enrique.
Mas, em todas as partidas, o chileno Claudio Bravo estava presente. Ele não toma gols desde o amistoso com o Napoli, em agosto. Na ocasião, em sua estreia pelo clube, ele falhou e viu o Barcelona perder por 1 a 0.
O erro poderia dar um indício de insegurança do arqueiro, mas aconteceu justamente o contrário. Bravo agigantou-se, ganhou a chance de jogar com uma lesão de Ter Stegen e firmou-se como o goleiro do time Liga, enquanto a alemão ficou com a posição na Champions.
Contra o Real, o desafio de não levar será maior do que nunca. Mas o técnico Luis Enrique prefere não colocar pressão sobre o jogador. "O desafio é vencer. Se vencermos levando gols, não tem problema".
Ainda assim, o confronto entre o goleiro que não leva gols e o atacante que não se cansa de fazê-los é outra atração do duelo.
GETTY
As polêmicas
Semana de clássico, tradicionalmente, é semana de polêmica. No domingo, um vídeo em que Messi supostamente se recusava a sair de campo contra o Eibar foi amplamente divulgado na internet. No dia seguinte, Luis Enrique teve de responder a três perguntas sobre o tema; disse que tufo não passava de um factoide.
Semana de clássico, tradicionalmente, é semana de polêmica. No domingo, um vídeo em que Messi supostamente se recusava a sair de campo contra o Eibar foi amplamente divulgado na internet. No dia seguinte, Luis Enrique teve de responder a três perguntas sobre o tema; disse que tufo não passava de um factoide.
Veio a quarta-feira, o Real Madrid ganhou do Liverpool, e Cristiano Ronaldo criticou o calendário. "Teremos um dia a menos para nos preparar para o clássico. Esse jogo poderia ser no domingo", disse o português. Iniesta rebateu: "O calendário é esse que está aí, não adianta reclamar", disse.
Ainda na quarta, Carlo Ancelotti colocou mais lenha na fogueira, retomando o assunto das substituições. "Eu, quando vou substituir Cristiano Ronaldo, faço sem perguntar", disse, num misto de brincadeira e provocação a Luis Enrique.
O técnico do Barcelona não mordeu a isca. "Gosto do Ancelotti, ele me cai muito bem", afirmou. Mas o comandante admitiu que as polêmicas fazem parte, sim, do Clásico. "Os clássicos precisam ser quentes, divertidos, dar alegria aos torcedores".
Por fim, a outra grande polêmica da semana: caso Messi supere o recorde de Telmo Zarra, deveria receber uma homenagem em pleno Bernabéu? Aí, o lateral Arbeloa foi quem provocou. "Homenagear Messi? Deveriam fazer uma homenagem a Cristiano Ronaldo, que é o melhor do mundo".
REUTERS
A política
Não bastassem todas as questões esportivas - sejam dentro ou fora de campo - esta edição do Superclássico carrega uma questão política muito forte.
Não bastassem todas as questões esportivas - sejam dentro ou fora de campo - esta edição do Superclássico carrega uma questão política muito forte.
Três séculos depois de ter sido anexada pela Espanha, na Primeira Guerra da Sucessão Espanhola, a Catalunha vê eclodirem manifestações pelo direito de votar pela independência.
A consulta popular requisitada pelos catalães seria no dia 9 de novembro e votaria pela separação da comunidade do restante do país. Mas a votação é considerada inconstitucional pelo Governo Espanhol, e a situação política da região é delicada.
O Barcelona tentou, durante muito tempo, ficar afastado das questões políticas, mas no dia 10 deste mês publicou uma carta dizendo-se a favor do "direito de decidir".
Os ânimos entre Barcelona e Madri estão agitados politicamente. Um tempero a mais no clássico deste sábado.
GETTY
O campeonato
Oito rodadas já se foram e o Barcelona lidera a Liga Espanhola com 22 pontos. O clube catalão é o único invicto e tem uma vantagem de 4 sobre o Real Madrid.
É certo que, qualquer que seja o resultado, a equipe comandada por Luis Enrique deixará o Santiago Bernabéu como líder, mas o técnico e os jogadores preferem não pensar assim.
Afinal, uma vitória do Barcelona levaria a vantagem para 7 pontos. Uma margem que, mesmo em um estágio tão inicial da Liga, pode colocar pressão sobre os rivais.
Por outro lado, o Real Madrid vê na partida a chance de reduzir a diferença para apenas um ponto. E, tirando a invencibilidade do adversário, passar a pressioná-lo rodada a rodada. Depois do sábado, ainda restarão 29 jogos.
Mas o ritmo da disputa da Liga passa pelo resultado do Clássico.
O retorno
A cena se repete em praticamente todos os jogos do Barcelona no Camp Nou: em algum momento da partida, a torcida começa a gritar o nome de Luis Enrique.
A cena se repete em praticamente todos os jogos do Barcelona no Camp Nou: em algum momento da partida, a torcida começa a gritar o nome de Luis Enrique.
O reconhecimento é ao trabalho do treinador, mas também à história que ele teve como jogador no Barcelona. Uma história que começou com um rompimento atribulado com o Real Madrid.
Luis Enrique defendeu a equipe da capital entre 1991 e 1996. Sem um acordo para renovar o contrato, transferiu-se para o maior rival, onde ficou até 2004. Ídolo no Barcelona, ele passou a ser atacado pela torcida do Real Madrid - e nunca fez questão de ter um bom relacionamento com o adversário.
Agora, Luis Enrique está de volta ao Santiago Bernabéu, para bater de frente como clube com o qual sempre esteve em pé de guerra. "Estou tranquilo. Na temporada passada fui até lá com o Celta. Agora, pelo menos, o ‘carinho' estará repartido com o restante da equipe".
O "carinho" do Bernabéu para Luis Enrique deve ser uma grandes cenas do Clásico. Mais uma, em um jogo no qual atrações não faltam.
GETTY
FICHA TÉCNICA
Real Madrid x Barcelona
Sábado, 25 de outubro de 2014, 14 horas (horário brasileiro de verão)
Estádio Santiago Bernabéu, Madri (Espanha)
Árbitro: Jesus Gil Manzano
Real Madrid: Casillas; Carvajal, Sergio Ramos, Pepe e Marcelo; Kroos, Modric, James Rodríguez e Isco (Khedira); Cristiano Ronaldo e Benzema. Técnico: Carlo Ancelotti
Barcelona: Bravo; Daniel Alves, Piqué, Mathieu e Jordi Alba; Mascherano (Busquets), Rakitic (Xavi) e Iniesta; Pedro (Suárez), Neymar e Messi.
Real Madrid x Barcelona
Sábado, 25 de outubro de 2014, 14 horas (horário brasileiro de verão)
Estádio Santiago Bernabéu, Madri (Espanha)
Árbitro: Jesus Gil Manzano
Real Madrid: Casillas; Carvajal, Sergio Ramos, Pepe e Marcelo; Kroos, Modric, James Rodríguez e Isco (Khedira); Cristiano Ronaldo e Benzema. Técnico: Carlo Ancelotti
Barcelona: Bravo; Daniel Alves, Piqué, Mathieu e Jordi Alba; Mascherano (Busquets), Rakitic (Xavi) e Iniesta; Pedro (Suárez), Neymar e Messi.
Um grande abraço.
Fonte: ESPN
0 comentários:
Postar um comentário