Junção de problemas da diretoria, Ney Franco e elenco tiram Tricolor da briga por títulos e aumentam pressão para o Brasileirão
Em apenas quatro meses de temporada, o São Paulo trocou a empolgação do título da Copa Sul-Americana pela crise. A goleada por 4 a 1 para o Atlético-MG foi o resumo de um semestre perdido, dentro e fora de campo. Quem vai pagar pelas eliminações no Paulistão e na Libertadores? De quem é a culpa? Argumentos não faltam para dividi-la entre a diretoria, o técnico Ney Franco e o elenco.Os erros começaram pela montagem do grupo. O Tricolor perdeu nada menos do que seu principal jogador, Lucas, vendido ao Paris Saint-Germain. A reposição não aconteceu à altura. Montillo e Vargas não passaram de sonhos. Ney teve de acordar com Negueba, Aloísio e Wallyson. Nenhum deles se firmou, e a dependência de Osvaldo, em grande fase, e Luis Fabiano, em baixa, se multiplicou.
O Fabuloso também foi o pivô de outra falha administrativa da cúpula do futebol. Expulso após o apito final contra o Arsenal e suspenso por quatro partidas, o centroavante sequer recebeu uma multa pela indisciplina. Lúcio, Ganso e Fabrício, que mostraram publicamente a insatisfação com o treinador durante algumas partidas, também não receberam nenhuma advertência.
Ney Franco conversa com o diretor de futebol Adalberto Baptista em treino (Foto: Cleber Akamine) |
Faltou coerência ao técnico em alguns momentos. Douglas, lateral de origem, foi usado no meio de campo, no ataque, pela direita, pela esquerda, e não rendeu bem em nenhuma função. Por outro lado, Ney demorou a dar a mesma chance a Ganso. O meio-campista só virou titular quando a pressão sobre o comandante já era enorme. Era tarde também para fazer o time encaixar e eliminar o Galo.
O controle sobre o elenco colaborou para a instabilidade no Morumbi. O excesso de mudanças no time aumentou a desconfiança do grupo. O atrito deixou de ser interno. Ganso, Lúcio e Fabrício tornaram pública a insatisfação com alterações durante os jogos. Ney tentou manter o pulso firme, disse que não toleraria atitudes semelhantes novamente, barrou o pentacampeão por alguns jogos, mas claramente perdeu força.
O fracasso são-paulino passa também pelas atuações ruins de boa parte dos jogadores, principalmente os mais badalados. Osvaldo e Jadson foram os únicos que conseguiram ser regulares desde o início do ano. Muito pouco para quem sonhou com o quarto título da Libertadores. Ceni errou, Lúcio e Ganso oscilaram e Luis Fabiano sumiu.
Poderia ser ainda pior. E foi. Quem esteve bem em 2012, começou 2013 em baixa. Rafael Toloi, Cortez, Wellington e Denilson despencaram de rendimento em comparação com a Sul-Americana e abriram espaço para jogadores sempre considerados reservas, como Maicon, Edson Silva e Carleto. Nenhum deles agradou.
Depois da queda no Paulistão e na Libertadores, a diretoria promete mudanças. Poucas, é bem verdade. Ney Franco, por enquanto, está garantido no cargo até o fim do ano. O presidente Juvenal Juvêncio quer trocar parte do elenco, sem espírito vencedor, na visão dele. O Campeonato Brasileiro, com início marcado para 26 de maio, é a chance de o São Paulo voltar para os trilhos.
Ney Franco conversa com jogadores do São Paulo em treino (Foto: Site Oficial / saopaulofc.net)
Blog do Adeylson Sousa Por Carlos Augusto Ferrari
São Paulo /Globo esporte
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