Gazeta Press
Dez
minutos de segundo tempo, Cuca agachou, como sempre faz, pegou uma
garrafa de água e esfregou os olhos. Tentava ver algo e não conseguia.
Talvez o futebol que levou o Atlético-MG a ser unanimidade no Brasil.
Não foi o futebol que derrubou o Cruzeiro na semana passada. Não foi o futebol que humilhou o São Paulo na frente de todo o País. Mas acabou sendo suficiente resistir à pressão celeste neste domingo, no Mineirão, perder por ‘apenas’ 2 a 1 e conduzir o Galo ao 42º estadual de sua história, o terceiro consecutivo do ‘desesperado’ Cuca e a primeira conquista de Ronaldinho Gaúcho após a sua chegada ao clube, no meio do ano passado.
O craque dentuço não foi a estrela do jogo dessa vez. Brilhou o cruzeirense Dagoberto, que abusou da velocidade pela esquerda para infernizar a vida de Marcos Rocha e Gilberto Silva e marcou os dois gols celestes de pênalti. O meia-atacante alvinegro diminuiu também da marca do cal.
Desde outubro de 2012, quando perdeu por 3 a 0 para o Internacional, em Porto Alegre, o Atlético-MG não sofria uma derrota com diferença de três gols e conseguiu manter a escrita com uma boa dose de esforço e também de sorte para arrebatar mais uma taça.
O Galo agora se prepara para viagem desgastante até o México para enfrentar o Tijuana, na quinta-feira, no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores. O Cruzeiro volta a campo um dia antes e recebe o Resende-RJ no Mineirão, em partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Ambos os clubes estreiam no Brasileiro no próximo fim de semana.
Aos 8 minutos, Dagoberto assumiu o controle da partida e teve a sua primeira boa participação, mandando para Borges na entrada da área. O centroavante dominou e chutou para defesa parcial de Victor.
Juliana Flister/VIPCOMM
Na sequência, o Galo respondeu com Bernard. A novidade da seleção brasileira recebeu com liberdade, mas chutou mascado e não surpreendeu Fábio, adiantado.
O Cruzeiro não se assustou com a chegada atleticana e seguiu apostando em Dagoberto para levar perigo aos rivais. O atacante fez outra excelente jogada pela esquerda aos 14 minutos e cruzou na medida para Everton Ribeiro. O meia-atacante até dominou bem. O problema foi a falta de força no arremate.
Dagoberto tanto insistiu que, aos 17, enfim, abriu o placar. O ex-são-paulino invadiu a área novamente pela esquerda, partiu para cima de Gilberto Silva, botou a bola na frente e foi derrubado pelo veterano. Ele mesmo assumiu a cobrança de pênalti, batendo no meio do gol e fazendo 1 a 0 para a Raposa.
Com a vantagem no marcador, o Cruzeiro seguiu pressionando. Diego Souza entrou na partida e, em pelo menos duas oportunidades, ameaçou o Atlético-MG.
Longe do Independência, Ronaldinho e seus colegas não repetiam o mesmo futebol alucinante que virou marca na temporada. E a situação ficou ainda pior aos 33 minutos. Em lance isolado no lado esquerdo de sua defesa, Richarlyson chegou atrasado e deu outro pênalti para os donos da casa, dessa vez em Borges. Dagoberto partiu para mais uma cobrança e deslocou Victor para aumentar para 2 a 0 e deixar o título em aberto.
Na volta para o segundo tempo, o Galo mudou. Mudou para melhor. Não deixou que o Cruzeiro o sufocasse mais, abriu o jogo e, enfim, colocou Fábio na partida.
Aos 8 minutos, o time quase diminuiu a vantagem dos rivais. O centroavante Jô bateu cruzeiro e o goleiro celeste fez defesa parcial. No rebote, Josué cruzou na área, porém, o árbitro Leandro Vuaden flagrou Diego Tardelli em impedimento. Jô ainda arriscaria outra bola em seguida, acertando a trave adversária.
Sentindo o melhor momento atleticano, o treinador Marcelo Oliveira resolveu tirar Diego Souza, pesado em campo, e mandou Ricardo Goulart para o gramado.
Fábio, no entanto, seguiu operando milagres. Réver cabeceou da entrada da pequena área e o camisa 1 se esticou todo para impedir a bola de entrar no canto esquerdo. Do outro lado, Borges respondeu para excelente intervenção de Victor. O atacante foi substituído por Anselmo Ramon.
Um excelente jogo no Mineirão, com diversas chances para ambos os lados, mas que curiosamente acabou sendo decidido na bola parada.
Em outra cobrança de pênalti aos 32 minutos, Ronaldinho diminuiu a vantagem cruzeirense e encaminhou a conquista do Galo na casa adversária. O lateral-esquerdo Egídio derrubou o rápido Luan quando ele penetrava a área. Não houve protestos em torno da marcação.
Um duro golpe para a Raposa, que ainda viu o ex-palmeirense Luan perder a cabeça em confusão nos minutos finais e acompanhou a festa alvinegra diante de seus torcedores.
Blog do Adeylson Sousa Por ESPN
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