Recém-empossado na presidência em 2008, Alexandre Kalil direcionou ao São Paulo um gesto de cortesia logo em suas primeiras semanas no cargo
“Vou torcer muito para o São Paulo ser campeão”, afirmou na ocasião.
O time tricolor brigava pelo tricampeonato brasileiro e precisava apenas de um empate com o Goiás para conquistar o título. O Grêmio, que vinha na segunda colocação, tinha que passar pelo Galo e aguardar pela derrota dos paulistas.
Deu São Paulo. Para a felicidade de Kalil e de Juvenal Juvêncio, com quem o dirigente alvinegro dizia ter uma boa relação naquela época.
Não é mais assim.
São Paulo e Atlético-MG abrem nesta quinta-feira, às 20h15 (de Brasília), no Morumbi, um dos confrontos que geram mais expectativa pelas oitavas de final da Libertadores. Mas o ambiente nos bastidores mudou. A cordialidade de 2008 ficou no passado. Paira agora uma espécie de guerra fria entre os times.
Agência Estado
Na semana passada, antes do amistoso entre Brasil e Chile em Belo Horizonte, o presidente alvinegro Alexandre Kalil viajou ao lado de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero para visita na sede da Conmebol. O compromisso aconteceu no mesmo dia em que o mandatário da entidade, Nicolás Leoz, renunciou ao seu posto. Na derrota por 2 a 0 que selou a passagem tricolor para as oitavas, Kalil havia criticado a arbitragem brasileira.
“Não vamos colocar a culpa em ninguém. Ele (Wilson Pereira Sampaio) apitou mal. Ele é muito ruim. São muito ruins (os árbitros brasileiros). Isso que eu posso falar. O que acontece é isso. Não é mal intencionado nem nada. Ele é ruim. Apavora com o grito da torcida”, disse.
Na oportunidade, ele não quis confirmar se iria pedir um juiz de outro país para o tira-teima com a equipe do Morumbi. O paraguaio Antonio Arias acabou confirmado para a partida.
A aproximação entre Kalil e a cúpula da CBF veio depois de revelação durante o programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, de que Andrés Sanchez, rival político de Marin e Del Nero, havia “ganhado” o Itaquerão como “recompensa” por sua atuação no imbróglio que levou ao fim do Clube dos 13.
Esse não foi o único atrito recente envolvendo Atlético-MG e São Paulo. Depois do anúncio do boicote ao clube paulista na base, dirigentes dos times trocaram farpas através da imprensa. Uma carta deve ser enviada aos presidentes em breve solicitando o posicionamento deles em relação ao caso.
Kalil já chegou a criticar nominalmente Juvenal Juvêncio em episódios como o de um suposto assédio são-paulino ao seu então técnico, Vanderlei Luxemburgo, em 2010.
Até pouco tempo atrás, os dois dirigentes atuavam curiosamente do mesmo lado e se esforçaram para evitar o final do Clube dos 13, em 2011, em luta contra a CBF e a Rede Globo.
Kalil deixou a torcida para o São Paulo ser campeão – e nem poderia ser diferente.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X ATLÉTICO-MG
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 2 de maio de 2013, quinta-feira
Horário: 20h15 (de Brasília)
Árbitro: Antonio Arias (PAR)
Assistentes: Carlos Cáceres (PAR) e Darío Gaona (PAR)
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Toloi e Carleto; Wellington, Denilson, Jadson e Ganso; Osvaldo e Aloísio
Técnico: Ney Franco
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha; Réver, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho e Tardelli; Bernard e Jô
Técnico: Cuca
Blog do Adeylson Sousa Por Marcus Alves, do ESPN.com.br
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