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quinta-feira, 21 de março de 2013

Seleção sai na frente, mas cede empate à Itália e segue sem vencer com Felipão


O duelo dos dois maiores campeões do futebol mundial terminou sem vencedores, nesta quinta-feira, em Genebra. Mas um vencedor não fez falta. Brasil e Itália deram espetáculo, fizeram uma partida intensa, movimentada, e que terminou em um empate por 2 a 2. Um resultado que fez justiça a dois times que procuraram o jogo e buscaram o gol durante todo o tempo. 

No fim, o resultado poderia ficar com gosto de derrota para os brasileiros, que abriram dois gols de vantagem no primeiro tempo. Mas a Itália criou boas chances e poderia não apenas ter empatado, como também chegar à vitória. Seria a primeira vez desde 1982, quando a Azurra eliminou a seleção brasileira da Copa do Mundo, na Espanha. Com o empate, o tabu continua.

Mowa
Kaká entrou no segundo tempo no lugar de Oscar
Kaká entrou no segundo tempo no lugar de Oscar
Para os brasileiros, o duelo com a tetracampeã mundial serviu para ajudar o treinador recém-chegado a montar o time. A filosofia de Luiz Felipe Scolari ficou clara com a escalação de um volante defensivo, o gremista Fernando, com Hernanes no lugar que poderia ser de Kaká, com Fred mais uma vez como referência no ataque, tendo Neymar e Hulk pelos lados. 

O primeiro tempo mostrou um time um tanto vulnerável na defesa, mas com jogadas envolventes do meio para frente. Na segunda etapa, a seleção brasileira perdeu qualidade e assistiu ao empate de uma Itália que também esteve bem na partida.

De concreto, ficam os números: em duas partidas sob o comando de Luiz Felipe Scolari, a seleção ainda não venceu, tendo perdido para a Inglaterra (2 a 1) na estreia do treinador. Além disso, o Brasil não vence um campeão mundial em jogos reconhecidos pela Fifa desde 2009, quando bateu a Inglaterra no Catar. Desde então, o Brasil só ganhou da Argentina no Superclássico das Américas de 2011, mas apenas jogadores que atuavam nos dois países poderiam ser convocados.

A seleção brasileira volta a campo na segunda-feira, quando enfrentará a Rússia, em Londres. A Itália, por sua vez, encara a pequena Ilha de Malta, na terça-feira. No dia 22 de junho, as duas potências se reencontram pela terceira rodada do Grupo A da Copa das Confederações, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Mowa
Balotelli jogou quase os 90 minutos e só saiu aos 37 do segundo tempo
Balotelli jogou quase os 90 minutos e só saiu aos 37 do segundo tempo

O jogo desta quinta-feira começou intenso, com boas chances para os dois lados. A Itália criou uma boa oportunidade logo no primeiro minuto da partida, quando Giaccherini recebeu passe pela esquerda, já dentro da área, e chutou forte, para boa defesa do goleiro Julio César.

A resposta brasileira não demorou. Aos 3 minutos, Neymar puxou um contra-ataque pelo meio e arriscou chute da entrada da área; foi a vez de Buffon trabalhar bem.

A seleção brasileira entrou em campo com três atacantes – Fred era referência, com Neymar e Hulk jogando abertos pelas pontas. No meio, Oscar era o encarregado da armação, com Hernanes e Fernando como volantes.

A formação mostrou falhas nos primeiros minutos do duelo, com o meio-campo italiano – formado pelos experientes Pirlo e De Rossi – controlando melhor o setor. No ataque italiano, Balotelli e Osvaldo tinham a chegada constante de Giaccherini, que levou perigo novamente com um chute aos 20 minutos; Julio César mais uma vez defendeu.

Mowa
Buffon não consegue segurar chute de Fred no primeiro tempo
Buffon não consegue segurar chute de Fred no primeiro tempo
Durante 25 minutos de jogo mais intenso, a seleção brasileira esteve em perigo e mostrou sinais de vulnerabilidade na defesa. Depois, com mais calma, o time fechou-se melhor e passou a levar menos sustos. 

Mais do que isso, passou a criar chances com mais frequência. Aos 32 minutos, as chances se transformaram em gol quando Filipe Luis cruzou pela esquerda, Barzagli desviou e Fred bateu, de primeira, abrindo o placar. 

Em desvantagem, a Itália continuou buscando o gol, mas parou novamente em Julio César, que fez grande defesa em chute de Balotelli, aos 37 minutos. Logo depois, Pirlo chutou levando perigo ao gol brasileiro, mas a bola saiu por pouco.

Melhor no meio campo e fazendo rápidas transições para o ataque, a seleção brasileira chegou ao segundo gol aos 41 minutos. Neymar puxou contra-ataque e atraiu a marcação de dois italianos pelo meio, antes de tocar para Oscar. O meia deu um toque preciso, na saída de Buffon, marcando um belo gol. 

Getty
Chute preciso de Balotelli garantiu o empate para a Itália
Chute preciso de Balotelli garantiu o empate para a Itália
Para o segundo tempo, o técnico Cesare Prandelli fez duas mudanças na seleção italiana – Pirlo e Osvaldo deram lugar a Cerci e El-Shaarawy. Eram uma tentativa de dar mais presença ofensiva ao time. As mudanças deram certo. Tão certo quanto Prandelli jamais pudesse imaginar: em 11 minutos a Itália empatou o jogo. 

O primeiro gol dos italianos saiu aos 8 minutos, após cobrança de escanteio. A bola passou por toda a defesa brasileira, e De Rossi, em uma mistura de sorte e competência, tocou de primeira, surpreendendo o goleiro Julio César. Mais surpreendente ainda foi o chute de Balotelli, três minutos depois: um arremate preciso, que pegou o goleiro brasileiro adiantado e empatou a partida.

O empate não esfriou o ímpeto das duas equipes, e a Itália teve mais chances de ficar à frente. À seleção brasileira, que teve a entrada de Kaká, Marcelo e Diego Costa, faltavam alternativas no ataque. Neymar, bem marcado, tinha pouco espaço para criar, e os companheiros de ataque não conseguiam se colocar em condições de marcar.

Getty
Kaká disputa bola com De Rossi e Montolivo
Kaká disputa bola com De Rossi e Montolivo
Nos minutos finais, quando a seleção brasileira novamente perdia força no meio-campo, Luiz Felipe Scolari colocou Jean no lugar e Hulk, e o time ficou com três volantes – além do jogador do Fluminense, Hernanes e Fernando desempenhavam a função.

Com três volantes e menos presença ofensiva, o Brasil parou de levar perigo real ao gol de Buffon. E, nos minutos finais, a Itália também diminuiu o ritmom, dando um final morno a uma partida que foi intensa e emocionante.

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