No fim, o resultado poderia ficar com gosto de derrota para os brasileiros, que abriram dois gols de vantagem no primeiro tempo. Mas a Itália criou boas chances e poderia não apenas ter empatado, como também chegar à vitória. Seria a primeira vez desde 1982, quando a Azurra eliminou a seleção brasileira da Copa do Mundo, na Espanha. Com o empate, o tabu continua.
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Para os brasileiros, o duelo com a tetracampeã mundial serviu para ajudar o treinador recém-chegado a montar o time. A filosofia de Luiz Felipe Scolari ficou clara com a escalação de um volante defensivo, o gremista Fernando, com Hernanes no lugar que poderia ser de Kaká, com Fred mais uma vez como referência no ataque, tendo Neymar e Hulk pelos lados. O primeiro tempo mostrou um time um tanto vulnerável na defesa, mas com jogadas envolventes do meio para frente. Na segunda etapa, a seleção brasileira perdeu qualidade e assistiu ao empate de uma Itália que também esteve bem na partida.
De concreto, ficam os números: em duas partidas sob o comando de Luiz Felipe Scolari, a seleção ainda não venceu, tendo perdido para a Inglaterra (2 a 1) na estreia do treinador. Além disso, o Brasil não vence um campeão mundial em jogos reconhecidos pela Fifa desde 2009, quando bateu a Inglaterra no Catar. Desde então, o Brasil só ganhou da Argentina no Superclássico das Américas de 2011, mas apenas jogadores que atuavam nos dois países poderiam ser convocados.
A seleção brasileira volta a campo na segunda-feira, quando enfrentará a Rússia, em Londres. A Itália, por sua vez, encara a pequena Ilha de Malta, na terça-feira. No dia 22 de junho, as duas potências se reencontram pela terceira rodada do Grupo A da Copa das Confederações, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
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O jogo desta quinta-feira começou intenso, com boas chances para os dois lados. A Itália criou uma boa oportunidade logo no primeiro minuto da partida, quando Giaccherini recebeu passe pela esquerda, já dentro da área, e chutou forte, para boa defesa do goleiro Julio César.
A resposta brasileira não demorou. Aos 3 minutos, Neymar puxou um contra-ataque pelo meio e arriscou chute da entrada da área; foi a vez de Buffon trabalhar bem.
A seleção brasileira entrou em campo com três atacantes – Fred era referência, com Neymar e Hulk jogando abertos pelas pontas. No meio, Oscar era o encarregado da armação, com Hernanes e Fernando como volantes.
A formação mostrou falhas nos primeiros minutos do duelo, com o meio-campo italiano – formado pelos experientes Pirlo e De Rossi – controlando melhor o setor. No ataque italiano, Balotelli e Osvaldo tinham a chegada constante de Giaccherini, que levou perigo novamente com um chute aos 20 minutos; Julio César mais uma vez defendeu.
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Durante 25 minutos de jogo mais intenso, a seleção brasileira esteve em perigo e mostrou sinais de vulnerabilidade na defesa. Depois, com mais calma, o time fechou-se melhor e passou a levar menos sustos. Mais do que isso, passou a criar chances com mais frequência. Aos 32 minutos, as chances se transformaram em gol quando Filipe Luis cruzou pela esquerda, Barzagli desviou e Fred bateu, de primeira, abrindo o placar.
Em desvantagem, a Itália continuou buscando o gol, mas parou novamente em Julio César, que fez grande defesa em chute de Balotelli, aos 37 minutos. Logo depois, Pirlo chutou levando perigo ao gol brasileiro, mas a bola saiu por pouco.
Melhor no meio campo e fazendo rápidas transições para o ataque, a seleção brasileira chegou ao segundo gol aos 41 minutos. Neymar puxou contra-ataque e atraiu a marcação de dois italianos pelo meio, antes de tocar para Oscar. O meia deu um toque preciso, na saída de Buffon, marcando um belo gol.
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Para o segundo tempo, o técnico Cesare Prandelli fez duas mudanças na seleção italiana – Pirlo e Osvaldo deram lugar a Cerci e El-Shaarawy. Eram uma tentativa de dar mais presença ofensiva ao time. As mudanças deram certo. Tão certo quanto Prandelli jamais pudesse imaginar: em 11 minutos a Itália empatou o jogo. O primeiro gol dos italianos saiu aos 8 minutos, após cobrança de escanteio. A bola passou por toda a defesa brasileira, e De Rossi, em uma mistura de sorte e competência, tocou de primeira, surpreendendo o goleiro Julio César. Mais surpreendente ainda foi o chute de Balotelli, três minutos depois: um arremate preciso, que pegou o goleiro brasileiro adiantado e empatou a partida.
O empate não esfriou o ímpeto das duas equipes, e a Itália teve mais chances de ficar à frente. À seleção brasileira, que teve a entrada de Kaká, Marcelo e Diego Costa, faltavam alternativas no ataque. Neymar, bem marcado, tinha pouco espaço para criar, e os companheiros de ataque não conseguiam se colocar em condições de marcar.
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Nos minutos finais, quando a seleção brasileira novamente perdia força no meio-campo, Luiz Felipe Scolari colocou Jean no lugar e Hulk, e o time ficou com três volantes – além do jogador do Fluminense, Hernanes e Fernando desempenhavam a função.Com três volantes e menos presença ofensiva, o Brasil parou de levar perigo real ao gol de Buffon. E, nos minutos finais, a Itália também diminuiu o ritmom, dando um final morno a uma partida que foi intensa e emocionante.
- Postado
por Juarez Alves
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- Fonte: ESPN
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