Especulado nas últimas semanas em São Paulo e Flamengo, o técnico Marcelo Oliveira ganhou status de top com o trabalho que tem feito no Coritiba. E pode acabar campeão nacional na noite desta quarta-feira, nada mal para quem chegou a abandonar o futebol por um longo período e viveu única e exclusivamente do mercado de joias.
A história, bastante inusitada, foi confirmada por ele mesmo na última entrevista antes da partida, na terça. "Depois que parei de jogar, achei que era melhor me afastar um pouco [do futebol], ficar mais com a família. Aí fui trabalhar no ramo de joias e achei muito bacana", afirmou o ex-jogador de 57 anos e nascido em Pedro Leopoldo, em Minas Gerais.
Marcelo Oliveira chegou ao Atlético-MG em 1969, mas só juntou-se aos profissionais em 1972, sob o comando de Telê Santana, e só saiu do clube mineiro entre 1979 e 1983 para defender, por empréstimo, o Botafogo. Ainda jogou pelo Nacional, do Uruguai, pela Desportiva Ferroviária e encerrou a carreira em 1985, no América-MG.
Divulgação/Coritiba
Marcelo Oliveira, técnico do Coritiba, durante entrevista coletiva no CT Alto da Glória
Desligou-se do esporte, estava de saco cheio. "Fiquei por 15 anos em indústria de ouro e outros materiais", detalhou, antes de explicar o que o fez mudar de ideia uma década e meia depois. "Depois de 15 anos, percebi que sou muito mais feliz dentro do campo, usando as experiências armazendas. Está no sangue mesmo, desde que nasci vivo o futebol, meu pai foi técnico, foi atleta... Me sinto feliz aqui, capaz, e me sinto melhor no futebol", afirmou.
O retorno ao futebol, já como treinador, deu-se pelas categorias de base do Atlético-MG até iniciar no comando próprio, no CRB, de Alagoas, em 2007. Comandou o Atlético-MG em 2008, o Ipatinga em 2009 e chegou ao Paraná Clube em 2010, tendo assinado com o Coritiba em novembro daquele ano para assumir a vaga de Ney Franco a partir da temporada 2011.
Com ele, o Coritiba foi bicampeão paranaense - já havia ganho o estadual em 2010 -, mas não conseguiu o título da Copa do Brasil de 2011, quando caiu para o Vasco na decisão mesmo jogando a última partida dentro do Couto Pereira.
Marcelo Oliveira sabe o peso positivo que o título de uma competição pode dar a ele e ao clube, por isso pediu mais que apenas disposição e vontade. "É um momento especial, com todos os ingredientes táticos e técnicos. O importante também é botar alma e coração no jogo, com a torcida nos apoiando”, concluiu o ex-vendedor de joias.
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