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domingo, 20 de maio de 2012

Herói do título do Chelsea, Drogba pode ir embora de graça




Depois de ir do inferno ao céu algumas vezes na final da Liga dos Campeões, o atacante Didier Drogba acertou um pênalti que garantiu não apenas o inédito título europeu para o Chelsea, mas a presença na milionária competição de 2013. Porém, o jogador da Costa do Marfim pode simplesmente ir embora sem que a equipe londrina receba um centavo caso as negociações para a renovação de seu contrato continuem emperradas.
O atual compromisso vence nas próximas semanas e as duas partes têm se mostrado irredutíveis. Drogba, no clube desde 2004, vem pleiteando um aumento no salário de 576 mil euros mensais ao longo de pelo menos dois anos de contrato. O clube, porém, só ofereceu até agora um ano, até porque o marfinense, de 34 anos, esteve longe de sua melhor forma na recém-encerrada temporada.
De acordo com a legislação do futebol europeu, ele poderá se transferir de graça caso seus termos não sejam aceitos. Não precisar pagar o passe de um jogador avaliado em pelo menos US$ 32 milhões é música para os ouvidos dos clubes interessados, especialmente o Milan, que já o sondou e cujo orçamento para compra de atletas foi reduzido drasticamente por conta da situação econômica na Itália.
O Barcelona, que busca um atacante de porte físico mais robusto para aumentar o poder de fogo de um time marcado por meias e atacantes leves, também acompanha as negociações.
A maneira como Drogba celebrou a conquista do troféu, saudando a  torcida inglesa na Allianz Arena  intensamente em diversos momentos,  teve jeito de despedida. O atacante reforçou a impressão com o tom reticente adotado nas perguntas sobre seu futuro antes e depois do jogo com o Bayern de Munique.
“Não devemos tomar decisões em momentos de forte emoção como esse. O mais importante agora não é o meu futuro, mas sim a alegria de termos enfim dado esse título ao Chelsea. A hora é de comemorar”, afirmou.
No entanto, representantes do jogador já voltarão a se reunir com diretores do Chelsea na segunda-feira em busca de um compromisso.
Quem também terá de se sentar à mesa é o treinador Roberto Di Matteo. Rumores circulando pela mídia inglesa na semana passada falavam que mesmo uma vitória em Munique não seria suficiente para convencer Roman Abramovich, o bilionário russo dono do Chelsea, a desistir da ideia de apostar num nome mais consagrado para cargo – Di Matteo era o auxiliar-técnico de André Villas-Boas e assumiu o cargo em março, quando o português foi demitido.
Um sinal de que seu destino não está totalmente, selado, porém, veio numa entrevista do presidente do Chelsea, Ron Gourlay, para quem o italiano comandou uma revolução no clube – ainda assim, na entrevista, ele fugiu de repostas mais específicas sobre o futuro de Di Matteo.
O italiano, ex-jogador do clube e cujo mérito foi também o de acalmar um grupo dividido por muitas “panelas”, tem usado a postura zen exibida à beira do campo para lidar com a situação. Até o jogo de ontem, dizia estar apenas preocupado em ganhar a Liga dos Campeões. Na entrevista coletiva após a partida, a prioridade já era curtir a sensação de dever cumprido.
“Estou orgulhoso do time e extremamente feliz pela oportunidade privilegiada de comandar esse grupo. Eu agora quero sair de férias e descansar. Respeitarei qualquer decisão do Chelsea”, disse di Matteo.
No entanto, ele não ignora a mudança de status no mercado do futebol. Seu nome já até aparece como possível treinador da seleção italiana caso o atual ocupante do cargo, Cesare Prandelli, não volte da Eurocopa com um resultado convincente. Não foi por acaso que a taça da Liga dos Campeões ontem foi carregada para o ônibus do Chelsea por um sorridente Di Matteo. 




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