Nas funções de dirigente e jogador e, posteriormente, dirigente e treinador, João Havelange e Zagallo conviveram por mais de duas décadas e, hoje, se orgulham de se conhecerem há mais de meio século. Aos 95 anos, o presidente de honra da Fifa esteve na Soccerex, feira mundial de negócios de futebol, nesta terça-feira, principalmente para formalizar uma homenagem especial - a terceira recebida pelo Velho Lobo nos últimos dias: o troféu João Havelange de excelência no futebol, referência aos serviços prestados pelo tetracampeão mundial.
A palestra transcorreu em ritmo de bate-papo, muita troca de gentilezas e emoção. Juntou-se à dupla o ex-ponta esquerda Paulo César Caju, que conquistou o tri, em 1970, sob a batuta de Zagallo. Antes de tudo, o ex-cartola se rendeu às virtudes do amigo e de quem chamou até de "irmão mais novo" e "filho", com 15 anos a menos.
- Na minha idade, essa emoção de estar de novo ao lado do Zagallo, e dessa forma, é perigosa. Não sei se resisto novamente. Então pediria que ele me poupasse da próxima vez - brincou Havelange, arrancando risadas do público, para depois continuar.
- Sempre tive no Zagallo um irmão mais novo, senão um filho. É um desportista cujo exemplo de qualidade e caráter deve ser seguido. Seja como jogador, técnico ou supervisor. Ele é um fator importante da história do futebol brasileiro por suas conquistas. E por isso jamais deixarei de lembrá-lo, de citá-lo, como exemplo de correção e grandiosidade. Só tenho um pensamento: quero estar eternamento a seu lado - declarou-se.
Os apelidos de Zagallo, que deu diversos abraços e beijos no mentor, foram relembrados: mesmo conhecido como Formiguinha e Estilingue, o Velho Lobo mantinha segredo sobre sua real paixão à sua amada, a esposa Alcina. O silêncio durou os seis primeiros meses de namoro. Para ele, na época, ainda era fácil contar que a profissão de técnico em contabilidade era seu único sustento.
Além dessa história, Zagallo reviveu o momento em que inventou o bordão "vocês vão ter que me engolir", após o título na Copa América de 1997, calando os críticos, e também a convulsão de Ronaldo, antes da decisão da Copa de 1998. Ele reafirmou sua crença na palavra do camisa 9 e do então médico da Seleção, Lídio Toledo, garantindo que faria tudo de novo. Para o homenageado, a equipe entrou apática e não se pode culpar o Fenômeno.
Mas o momento mais engraçado de evento, que durou mais de uma hora e meia, foi a história destacada em 1958, no primeiro título do Brasil. Sem falar inglês, muito menos sueco, idioma do país que sediou a competição, Zagallo e o ex-jogador Joel foram reclamar com a gerência que faltava a bandeira do Brasil entre as expostas no local de treinos. Gesticulando, o ex-ponta esquerda indicou o que queria dizer, mas a bandeira colocada no local foi a de Portugal.
Fonte - globoesporte.com
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